Café

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por cerca de um terço da produção global. O país tem uma longa história na produção de café, que remonta ao século XVIII, quando as primeiras plantações foram estabelecidas no Pará e algum tempo depois na região sudeste, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em termos de consumo, o café é uma das bebidas mais populares e amplamente consumidas em todo o mundo. Estima-se que sejam consumidos mais de 2 bilhões de xícaras de café por dia globalmente. Países como Estados Unidos, Alemanha, França e Japão estão entre os maiores consumidores per capita.

No estado do Rio de Janeiro, a produção de café teve grande importância histórica e econômica, especialmente durante o século XIX, quando o café era um dos principais produtos exportados pelo Brasil. Embora a produção fluminense tenha diminuído significativamente num primeiro momento, a produção do café ingressou numa nova fase, em diversas regiões, com destaque para o município de Bom Jardim, localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro.

O café em Bom Jardim, RJ

O café está diretamente ligado à história de Bom Jardim, que chegou a ser um dos maiores produtores do Brasil por volta do ano 1890. Naquela época existiam muitos produtores no município, emancipado de Cantagalo em 1892. Porém, desde o início dos plantios do café duas famílias tiveram maior destaque: a Corrêa da Rocha que em 1818 adquire a Fazenda Nossa Senhora da Soledade e rapidamente prospera no cultivo de café; e a Erthal com a chegada do patriarca João Erthal (Johann Muller Erthal) que emigrou para o Brasil em 1826.

A família Corrêa da Rocha

Os Corrêa da Rocha, proprietários do extinto Café Luco (iniciais de Luiz Corrêa), tiveram influência decisiva em muitas questões políticas que moldaram o que hoje é o município de Bom Jardim. Com visão empreendedora à frente de seu tempo, souberam aproveitar os benefícios trazidos pela instalação da linha férrea que foram providenciais para a emancipação e o desenvolvimento econômico local.

Vista da Fazenda Bom Jardim e de sua usina de beneficiamento de café

A família Erthal

Quando se trata de café, a história se funde com a família Erthal na qual se destacou outro empreendedor perspicaz, considerado por muitos como o último barão do café: Aloysio dos Santos Erthal.

Indo contra as políticas nacionais de desestímulo à produção de café nos anos 1960 ele compra a Fazenda Santa Rita de seu pai, Francisco José Erthal Junior, e inicia os investimentos na atividade. No final da década de 70 já tinha plantado cerca de 100.000 pés de café juntamente com a aquisição de maquinário para secagem e beneficiamento.

Café Bonjardinense

Com sucesso nas técnicas de cultivo e beneficiamento cria, em 1988, a empresa de torrefação e moagem Café Bonjardinense. Reconhecido benfeitor, mantém o título de maior produtor de café do Estado do Rio de Janeiro, exportando seu produto para alguns países da Europa. Cabe ressaltar que o Café Bonjardinense, empacotado para venda direta no comércio regional, carrega o certificado de Pureza e Qualidade acreditado pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC.

Fazenda Santa Rita - Sr. Aloysio Erthal

Cafés especiais

Bom Jardim tem ganhado destaque na produção de cafés especiais. Esses cafés são reconhecidos pela sua qualidade excepcional com sabores distintos e complexos. Entre os cafés especiais de Bom Jardim, destacam-se aqueles que ganharam prêmios em prestigiadas competições – o Vale do Er e o Monthal; ambos produzidos por descendentes do Sr. Aloysio.

Vale do Er

O Vale do Er tem como modelo de negócio a venda em sacas para exímios conhecedores que experimentam os lotes produzidos, escolhem os que mais lhe agradam, fazem a torra de acordo com suas preferências e revendem em locais mais requintados com o foco em consumidores exigentes ou que estão iniciando nos prazeres dos café especiais.

Café Monthal

O Monthal é embalado para revenda no varejo em lojas e cafeterias que prezam por produtos de alta qualidade, além de estar presente em importantes feiras do setor, seja no interior ou nas capitais pelo Brasil.

Outro destaque é o “tour” oferecido na Fazenda Goiabal, onde é produzido o Café Monthal. As visitações funcionam em sistema de imersão na qual o participante passa todo o dia vivenciando o processo de produção do café, do plantio até a xícara, com almoço na fazenda.

Café Emmerich

O Café Emmerich tem como característica principal a produção em pequena escala. Seu beneficiamento é feito de maneira artesanal, da colheita atá a torra, garantindo sabores e aromas peculiáres e bastante distintos. Além do cafezal a propriedade tem criação de animais, horta e pomar com destaque para espécies pouco conhecidas como o caqui-chocolate e o tamarilho amarelo - ou tomate de árvore. Sua antiga sede, contígua ao terreirão, conserva aspectos originais das casas de campo e da cultura rural.

Esses prêmios destacam a habilidade dos produtores locais em cultivar e processar cafés de alta qualidade. A atenção aos detalhes, desde o plantio até a colheita e o beneficiamento dos grãos, é fundamental para garantir a excelência desses cafés.

Além do reconhecimento nacional, os cafés especiais de Bom Jardim também têm atraído a atenção de consumidores exigentes, que buscam experiências sensoriais únicas e sabores refinados.

A produção de café em Bom Jardim não apenas contribui para a economia local, gerando empregos e renda, mas também promove a valorização da cultura cafeicultora no Estado do Rio de Janeiro.

Em resumo, os cafés de Bom Jardim representam não apenas um produto de alta qualidade, mas também o resultado do trabalho árduo e do talento dos produtores locais, que têm conquistado reconhecimento e admiradores em todo o mundo.

Quer saber mais sobre o café e a história de Bom Jardim?

Visite o Museu Fazenda Bom Jardim. Lá você encontrará importantes informações sobre a história e a cultura da região. Covide seu grupo e agende um tour guiado, gratuitamente com os técnicos do museu.

Rolar para cima